31 março 2011

A Vinculação

Vinculação é a ligação da criança a um indivíduo como resultado da activação de um sistema comportamental (comportamentos vinculativos como chorar, sorrir, palrar, chamar, aproximar) que tem como objectivo a manutenção da proximidade. O papel nas relações precoces pais-criança e as suas consequências no auto-conceito da criança irá se reflectir ao longo da vida ao nível emocional, comportamental e físico, e deste modo determinar muitos dos episódios na adolescência.

Tipos de Vinculação: 
Vinculações seguras (maioria dos bebés_50 a 75%).
As mães de crianças seguras detectam os seus sinais e reagem-lhes pronta e adequadamente. Estão permanentemente disponíveis e são carinhosas e cooperantes.
Vinculações inseguras evitantes (um quinto a um terço_15 a 25%). As mães de crianças inseguras evitantes não estão sintonizadas com os sinais vitais das crianças e por isso não mostram disponibilidade, sendo negligentes. O seu estilo interactivo pauta-se pela insensibilidade e pela rejeição.
Vinculações inseguras ambivalentes ou inseguras resistentes (uma minoria_10% ou menos). As mães de crianças inseguras ambivalentes são, sobretudo, inconsistentes nas suas respostas
O factor proximal “cuidados parentais”, inadequados no mau-trato, são a variável determinante da vinculação insegura e actuam como mediadores de outras variáveis de risco como a monoparentalidade, idade jovem das mães e doença mental pais.
O padrão de vinculação resulta da história relacional sendo diferente de acordo com as figuras (pai, mãe, ama, educadora).
Existem acontecimentos que influenciam a consistência da vinculação, tais como, perdas ou separações prolongadas da figura de vínculo. Acontecimentos com efeitos duradouros ou periódicos: regresso da mãe ao trabalho; prestação regular de cuidados por outras figuras e mudanças na família, mudança de casa.

A vinculação é assim um laço fundamental, é essencial desenvolvê-la e promovê-la para o bem estar e segurança da criança.


Referência: Profª. Drª. Maria Filomena Gaspar
                flickr.com

ViadeoShare

30 março 2011

Prontos a Ajudar

Estamos ao seu dispor. Esclareça as suas dúvidas, divida as suas preocupações e conte com o nosso apoio psicológico para o informar e acompanhar. A sua ajuda aqui ou à distância de um click  caapsi@sapo.pt

Explicação sobre a medicação_PHDA


Muitas são as pessoas que tem a ideia pré-concebida de que a medicação se destina a tornar mais fácil a vida de quem lida com crianças hiperactivas (PHDA). Tal não é verdade, as crianças com défice de atenção sofrem consequências extremamente sérias, e privá-las de um tratamento eficaz é tão grave quanto medicar em excesso. Deve-se ver a medicação como parceira de outras intervenções, nomeadamente psicológicas e comportamentais, que se tornam mais eficazes em crianças correctamente medicadas.

29 março 2011

Adopção

Muitos são os casais que desesperam a tentar ter um filho, na maioria das vezes os anos passam e como última opção pensam na adopção. São imensas as dúvidas e pensamentos que percorrem os pais, mas o mais importante é o desejo de dar amor, e construir uma família. Apesar de um processo moroso é um processo de grande impacto e responsabilidade emocional.
Adoptar é receber nos nossos braços um ser humano que existe, um ser humano que já viveu e que muitas vezes tem opiniões e maus hábitos. Adoptar  é receber em casa um "estranho" que não  diz nada e que de um dia para o outro veio para ficar.                                                                                       
 Na maioria dos casos, os pais adoptantes criam expectativas, sonham com esse filho que tanto desejam, idealizam pessoas e situações, e nem sempre as coisas correm como as idealizaram. Não podemos esquecer que estamos a falar de crianças com histórias de vida, marcadas muito antes de conhecerem os pais adoptantes. Por isso, adoptar tem que vir do coração, tem de haver predisposição para grandes mudanças.
Dados da Segurança Social indicam que, nos últimos 3 anos, mais de 70 crianças acolhidas por famílias foram devolvidas, casos preocupantes, os próprios pais adoptantes tem de se consciencializar na pré-adopção da disponibilização e dedicação que precisam oferecer à criança. 
É natural que apareçam sentimentos de insegurança, de abandono, de inadequação, de raiva, de desconfiança, enfim, a eclosão de sentimentos diversos faz parte de todo o processo. No entanto, a família como um todo, precisa ter paciência e habilidade para lidar com a situação, sem que a criança sinta-se desprotegida, abandonada e inadequada.

Referência: http://oqueeojantar.blogs.sapo.pt/ViadeoShare

23 março 2011

Lateralidade

A lateralidade é a predominância motora de um dos lados do nosso corpo, é determinada por volta dos 6 anos e comandada pelo cérebro.
Cada um dos dois lados do cérebro controla os movimentos da parte oposta do corpo,ou seja, hemisfério direito/lado esquerdo e hemisfério esquerdo/lado direito. Neste sentido, nos destros o hemisfério dominante é o esquerdo, enquanto nos canhotos é o direito.

Deste modo, as crianças submetem-se  a um processo de organização da sua psicomotricidade, isto é, de autocontrole muscular – actividades escritas, visuais e motoras - para sintonizar estas predilecções. As pessoas com problemas nesta área podem apresentar distúrbios de aprendizagem, segundo pesquisas realizadas por especialistas.
O domínio da lateralidade faz parte de um complexo conjunto de habilidades que envolvem o esquema corporal, a orientação espaço-temporal e as percepções. A lateralidade, sendo inata,  é reveladora da preferência por uma das mãos, por um dos pés e por um dos olhos, instalando-se progressivamente. A dominância de uma das mãos começa a surgir no fim do primeiro ano de vida, mas só  se definie em torno dos 5 anos e cada criança desenvolve-a num ritmo próprio.
Apesar de vivermos num mundo de destros, o canhoto tem vantagens. Uma pesquisa recente sugere que ele pode ter mais facilidade para memorizar coisas. Isso porque, no canhoto, os dois hemisférios cerebrais comunicam-se melhor, pois o feixe de fibras nervosas que os conecta é maior. Além disso, como a dominância é exercida pelo hemisfério direito do cérebro não é tão poderosa quanto a do lado esquerdo, o canhoto tem mais facilidade para ser ambidestro. Ou seja, muitos dos canhotos também têm pleno domínio do uso da mão direita.
Quando há dominância direita ou esquerda, não ocorre nenhuma perturbação no esquema corporal, mas quando a lateralidade é cruzada, os distúrbios psicomotores são evidentes e resultam em deformação no esquema corporal.

A lateralidade cruzada pode apresentar :
• mão direita dominante versus olho esquerdo dominante;
• mão direita dominante versus pé esquerdo dominante;
• mão esquerda dominante versus olho direito dominante;
• mão esquerda dominante versus pé direito dominante.

As crianças com lateralidade cruzada podem apresentar os seguintes problemas:
• alto índice de fadiga;
• coordenação motora pobre;
• atenção instável, intranquilidade;
• problemas de linguagem, especialmente as dislalias (dificuldade em articular as palavras), linguagem enrolada e rápida;
• distúrbios do sono;
• escrita repassada, espelhada e de cabeça para baixo ou ilegível
(apresenta omissões de letras ou sílabas e lentidão);
• leitura comprometida.

Vários autores argumentam que a não preferência manual pode levar a problemas de dominância hemisférica, a que se juntam problemas de linguagem com desordens posteriores das funções simbólicas, como afasia(linguagem),a agnosia(conhecimento) e a apraxia(construção e realização).

A lateralidade nunca deve ser reprimida,uma vez que isso pode ocasionar problemas para a criança.



ViadeoShare

21 março 2011

O coração e a razão!

A importância do coração na linguagem emocional não é apenas uma imagem, o coração vê e sente, e quando se exprime, influencia a fisiologia do nosso organismo, a começar pelo cérebro.
O ideal certamente seria  se existisse um medicamento capaz de harmonizar esta relação intima entre o coração e o nosso cérebro, o que daria efeitos altamente benéficos em todo o nosso organismo. Atrasaria o envelhecimento, reduziria o stress e o cansaço, afogava a ansiedade e manternos-ia ao abrigo da depressão, tudo em nós funcionaria melhor, este equilíbrio  iria nos permitir um bem-estar pleno.
Infelizmente este milagroso medicamento não existe, e posto isto, só nos resta a utilização do método de intervenção já existente, o nosso domínio sobre essa relação, coração-cérebro.
A relação entre o cérebro emocional e o "pequeno cérebro" do coração é uma das chaves da inteligência emocional. Ao aprendermos a dominar/controlar o nosso coração, aprendemos a domesticar o nosso cérebro emocional, e vice-versa. Apesar da relação mais forte entre o coração e o cérebro emocional  ser aquela que é estabelecida pelo chamado "sistema nervoso periférico autónomo", ou seja, a parte do sistema nervoso que regula o funcionamento de todos os nossos órgãos, a qual escapa tanto à nossa vontade como à nossa consciência, é possível aprendermos a gerir toda esta relação.
Todos os sintomas que advém de situações desagradaveis e desgastadoras, temos tipicamente tendência para nos focarmos nas condiçoes exteriores, e dizemos "se pudesse alterar a situação sentir-me-ia melhor... quando mudar de emprego será melhor... quando terminar o curso, quando me separar... quando os filhos sairem de casa.." transpomos tudo para quando... na verdade raramente isto se processa desta forma, e os problemas mantém-se, nem que sejam adormecidos. 
A solução do problema e a gestão do impacto dele está somente em nós, neste sentido, é preciso pegarmos no problema em vez de tentarmos arranjar circunstâncias exteriores ideais à sua solução, temos de começar por controlar o nosso interior, aprender a olhar para dentro de nós domesticando e organizando o nosso interior com um entendimento coerente e se possível com muita tranquilidade.


Fonte: David Servan-Schreiber



ViadeoShare

03 março 2011

A criança e a Rotina

A rotina diária para as crianças é algo fundamental, é através dessa rotina que a estrutura psíquica e física da criança se organiza. Sendo o tempo para a criança algo complexo, é através das suas rotinas que a criança antecipa o que irá acontecer e adapta o seu comportamento à tarefa seguinte. As rotinas transmitem segurança à criança, deste modo a criança já sabe que no fim da escola a mãe a irá buscar, ou antes de jantar deve tomar banho, as principais rotinas que se devem manter com as crianças são: horas de refeição; hora de deitar; hora de estudar; hora de brincar e tempos em família.

 História
-Esperem por mim! Esperem… – Gritava o Bruno. O Bruno estava sempre atrasado; tinha sido assim desde o início e já todos sabiam. Na verdade já todos estavam habituados. 
O Bruno chegava depois da hora de entrada na escola, chegava atrasado ao almoço, chegava tarde às brincadeiras. Os amigos ainda tentavam ajudar o Bruno: combinavam às cinco da tarde e diziam-lhe às quatro, combinavam às cinco da tarde e chegavam às seis, mas nada dava resultado. Tinham sempre que esperar pelo Bruno.
É claro que o Bruno também perdia muito por chegar atrasado. No futebol, já todos tinham sido escolhidos e ele ficava com o último lugar (aquele que ninguém queria), nas festas já todos tinham comido os seus doces preferidos (e ele nem os chegava a provar) …
Ora o Bruno também não estava contente com a situação; afinal, ele ficava sempre com aquilo que os outros não queriam. 
Ninguém estava contente com a situação. Mas o Bruno também não a sabia resolver.
Um dia, na biblioteca, o Bruno viu um livro que tinha na capa um desenho de uma menina, um grande relógio e um coelho a correr. Ficou curioso e quando abriu o livro viu que o coelho se queixava muito de chegar sempre atrasado e corria muito para chegar a horas, mas por mais que corresse, nunca chegava à hora combinada.
Quer dizer, a história não era sobre o coelho, era sobre a menina e a grande aventura que viveu quando conheceu o coelho; mas o Bruno levou o livro para casa e ficou a ler a tarde toda. Estava tão distraído que nem ouviu a mãe a chamá-lo para jantar. E quando foi para a mesa, levou o livro com ele.
Os pais, curiosos para saberem o que estava a distrair o Bruno de tal modo que ele não queria deixar o livro pousado para poder comer, perguntaram-lhe o que se passava. E o Bruno contou; estava triste por ser sempre o último a chegar. 
“Bem, então vamos resolver isso”, responderam os pais. Compraram-lhe um relógio que tinha um alarme e tocava sempre que fossem horas importantes: horas de ir para a escola, horas de ir brincar, horas de ir almoçar, … O relógio tocava e o Bruno já sabia o que tinha que fazer. 
A partir desse dia, o Bruno era sempre o primeiro a chegar.
Bem, por vezes era o segundo ou o terceiro, mas já não era o último e ninguém tinha de esperar por ele.

Fonte da História: http://www.manualdacrianca.net



ViadeoShare