29 novembro 2011

O Luto na Infância!

Como aceitar algo que não faz sentido para a criança?
Como aceitar a morte de alguém?
Muito embora a morte esteja presente na vida de todos nós - adultos - para a criança, a morte não faz parte sequer do seu imaginário. Se esta acontece com um familiar próximo, a criança tem pela primeira vez a noção de perda e de que a vida é efémera. Para uma criança, a morte é sempre algo repentino e inesperado e este acontecimento marcará para sempre a criança e para a superar pode ter um largo percurso pela frente. Embora superar não signifique esquecer e sim aceitar e interiorizar, se a perda se deu com um ser muito querido como um dos avós, a criança sofrerá provavelmente mais do que um adulto porque não está preparada sequer para a morte. Ela, para além de enfrentar o desaparecimento do ser que lhe era querido, terá de confrontar-se pela primeira vez com uma nova realidade – a própria noção de morte.

Dar a notícia
Dar a conhecer à criança a morte não é fácil. Muito embora, muitas vezes, a morte seja o terminar de um processo de uma doença prolongada, e a criança tenha acompanhado parcialmente esse processo, é sempre muito complicado explicar que a pessoa partiu. Se a família é religiosa, a forma mais simples é dizer-lhe que foi para o céu. Quando não, na maioria das vezes, diz-se apenas "morreu", devendo sempre deixar na criança a liberdade de se expressar. Quando a criança está na idade dos porquês, sujeita-se a uma série de questões que talvez acabe por não responder, o que a deixará ainda mais ansiosa. É importante que se tenha especial atenção nas frases que utilizamos para comunicar a morte de alguém, uma vez que o uso de certas expressões poderá confundir a criança. Frases como “finalmente descansou” podem levar a criança a pensar que, se a pessoa dormir e descansar poderá voltar. Por outro lado, expressões que envolvam a ideia de que a pessoa está viva, só que está no céu e/ou em algum lugar paradisíaco, poderão levar a criança a pensar que gostavam de morrer para poder voltar a estar com os seus entes queridos. Também não é conveniente que a criança acompanhe o enterro. A criança deve ficar com amigos da família e preferivelmente que tenham crianças para que se distraia e esteja longe dos familiares que certamente estão a passar uma grande dor e sem a paciência suficiente para as actividades e questões constantes da criança.
Contudo, e dependendo da idade da criança, caso esta evidencie uma grande vontade de ir ao funeral é preferível que a família permita que a criança vá até ao espaço onde estão a decorrer as cerimónias fúnebres. O objectivo é permitir que a criança participe e tenha oportunidade de dizer “Adeus” ajudando-a a aceitar a realidade da morte. Caso contrário, corremos o risco de a criança criar fantasmas acerca de todo o processo que envolve a morte, não executando um processo de luto saudável e dando lugar ao luto patológico.

O processo de luto
Muito embora a morte seja uma realidade na nossa vida, é algo que tememos e gostaríamos de evitar. Quando surge na nossa família ou com alguém que nos é muito chegado, podemos ter sentimentos de raiva, dor, descrença, revolta... Para ultrapassar todo este misto de sentimentos teremos de passar o processo de luto. Isto é, passar da dor à aceitação. E, se para nós adultos, esta aceitação é muitas vezes penosa, para as crianças pode revestir-se de situações muito complicadas de entender. A criança pode sentir medos, tais como, que a mãe e o pai também desapareçam ou que até ela, possa também morrer.
- sentir raiva;
- partir os brinquedos de que mais gosta, não querer brincar com os amigos;
- regredir na sua normal evolução, tal como, fazer de novo chichi na cama, não querer dormir sozinha;
- birras sem motivo. 
A criança vai ter de soltar os seus sentimentos até que lhe passe a sua dor e aceite o afastamento. Os pais deverão estar especialmente atentos às atitudes e comportamentos da criança durante esta fase, aceitando e compreendendo. Se a criança anda na escola, os pais devem avisar os professores, para que também estes possam ajudá-la neste longo caminho a percorrer.

Do nascer ao morrer
A vida e a morte fazem parte de um ciclo e quanto mais cedo as crianças o entenderem, mais facilmente aceitarão a morte de um ente querido. Para isso, os pais devem introduzir a noção de vida e morte com exemplos simples. A flor que nasce, murcha e morre, a formiga que foi pisada e morreu, o pássaro tão irrequieto e que uma manhã fomos encontrar morto na gaiola. No caso dos animais de estimação, como o peixe do aquário , por exemplo, podem junto com a criança, colocá-lo dentro de uma caixinha e enterrá-lo no jardim. Assim, a criança não só entenderá a morte como as cerimónias que esta acarreta. É uma forma simples de explicar este ciclo da vida e talvez, perante situações como estas do quotidiano, que a criança possa ter vivenciado, seja para ela mais fácil ultrapassar o trauma da morte de um ente querido. A criança vai construindo o conceito de morte juntamente com o desenvolvimento cognitivo, deste modo torna-se extremamente importante que conviva com pequenas situações que impliquem perda e que estas perdas sejam enfrentadas de forma saudável, com o objectivo de a ajudar a formar uma atitude também ela saudável perante as questões da vida e da morte. A maneira como os adultos reagem à morte de alguém que amam tem grande efeito na maneira como as crianças irão reagir. Às vezes, os adultos não querem falar sobre a morte, tentando proteger as crianças da dor e sofrimento. Contudo, a realidade é muito simples: as crianças sofrem da mesma maneira. Os adultos que estão dispostos a falar abertamente sobre a morte com as crianças, ajudam-nas a entender que o luto é um sentimento natural quando alguém que amamos morre. As crianças precisam dos adultos para terem a certeza de que é correcto estar triste e chorar e que a dor que estão a sentir não durará para sempre.

06 setembro 2011

Escolas sem serviço de psicologia!

Ainda não foi autorizada a abertura de vagas para a contratação destes profissionais.

Cerca de “300 escolas ou agrupamentos de escolas” iniciam a partir de quarta-feira o ano letivo sem serviço de psicologia, uma vez que ainda não foi autorizada a abertura de vagas para a contratação destes profissionais.

Em declarações prestadas hoje à Lusa, Daniela Gomes, do Movimento pró-ANPSE (Associação Nacional de Psicólogos Escolares), lamentou que, “tal como sucedeu no ano letivo anterior, este ano as escolas voltem a abrir sem o serviço de psicologia, estando estes profissionais no desemprego desde 31 de agosto, quando terminou o contrato anual de trabalho”.

“Voltamos à estaca zero. O ano passado só começámos a ser colocados a partir do final de novembro e este ano parece que vamos pelo mesmo caminho. Continuamos a aguardar pacientemente e na total incerteza que seja autorizada a abertura de vagas para o corrente ano letivo”, disse.

A Lusa solicitou esclarecimentos ao Ministério da Educação, mas até ao momento não obteve resposta.

Neste momento, segundo Daniela Gomes, “nem os agrupamentos TEIP (territórios educativos de intervenção prioritária) têm autorização para a abertura de processo concursal para colocação de psicólogos”.

“Apenas as escolas com Serviço de Psicologia e Orientação (SPO), ou seja, psicólogos de quadro (cujo último concurso a nível nacional remonta a 1997) terão assegurados os serviços de psicologia. Desta forma, mais uma vez, estamos a falar de milhares de crianças e jovens que veem negado um direito consagrado na Lei de Bases do SE e no estatuto do aluno”, sustentou.

A psicóloga considerou que está em causa o apoio ao desenvolvimento psicológico dos alunos e à sua orientação escolar e profissional, bem como o apoio psico-pedagógico às atividades educativas previsto na Lei de Bases do Sistema Educativo.

O movimento que está a criar uma associação de âmbito nacional reivindica a contratação profissional dos psicólogos pelo Ministério da Educação, vinculando-os de forma estável e possibilitando-lhes a entrada e progressão na carreira.

Nos últimos anos, os psicólogos têm sido contratados para desenvolvimento de projetos de combate ao insucesso escolar, por contratação de escola, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 35/2007, de 15 de fevereiro, e da Lei n.º 23/2004, de 22 de junho.

Lusa

06 de setembro de 2011

22 agosto 2011

Nova Ortografia...Pais preocupados!

Milhares de alunos vão começar a aprender uma nova ortografia do português, mas as associações de pais estão preocupadas com a possibilidade de, por causa da crise, o próximo ano ser "lectivo" para uns e "letivo" para outros.

O presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais (CONFAP), Albino Almeida, disse à agência Lusa que só no fim do primeiro período se verá que problemas existirão devido à forte possibilidade de existirem na mesma sala de aulas livros com grafias diferentes.

Mas admitida essa possibilidade, do lado dos docentes não parecem existir preocupações: "não antevejo grandes problemas, vamos entrar numa fase de adaptação, transitória, mas da parte das escolas houve um trabalho de preparação bem feito", disse à Lusa o presidente da Associação Nacional de Professores, João Grancho.

Albino Almeida prevê que "centenas ou milhares" de alunos façam o ano com manuais do ano passado, sem o novo acordo ortográfico, uma circunstância agravada pela crise económica.

"Vemos com preocupação a situação, sabemos que há muitas famílias a pedirem manuais emprestados. Este ano, cerca de 18 mil famílias deixaram de ser elegíveis para o apoio social", indicou.

O presidente da CONFAP acrescentou que há autarquias que costumavam subsidiar a compra dos manuais e que agora estão a dizer "comprem-nos e nós depois reembolsamos", mas que um investimento de centenas de euros em manuais está fora de questão para os rendimentos de muitas famílias.

A presidente da Associação de Professores de Português, Edviges Ferreira, admite que pode haver "algumas confusões" e que a coexistência de manuais diferentes na mesma sala de aula vai originar alguma preparação por parte dos professores.

"Tudo o que é novo implica reflexão, estudo e os professores vão ter que se preparar, vai ser complicado pôr toda a gente a escrever, mas não são assim tantas as alterações", acrescentou.

Edviges Ferreira referiu que "é evidente que os livros de grafias diferentes vão coexistir, mas os professores vão ter de chamar a atenção para a maneira correta de escrever" segundo o acordo.

O acordo estará em todos os livros adotados este ano para o 1.º e 2.º ano do primeiro ciclo do Ensino Básico.

Segundo uma das principais editoras do setor do livro escolar, a Porto Editora, a assimilação da nova maneira de escrever nos manuais "está a decorrer tal como foi definido, em 2010, pelo Ministério da Educação em articulação com a Comissão do Livro Escolar da APEL, num calendário que terminará no ano letivo de 2014/2015".

O responsável pela comunicação da Porto Editora, Paulo Gonçalves, indicou que a adoção faseada visa "minimizar os custos para as famílias, autarquias, livrarias, bibliotecas escolares e editoras, evitando desperdícios desnecessários".

No 4.º ano do Ensino Básico, os manuais de Matemática já deverão ter a nova ortografia, tal como todos os do 5.º - menos Educação Física, Educação Musical, Educação Visual e Tecnológica.

Quanto ao 6.º ano, os alunos já vão aprender em livros adaptados ao novo acordo em todas as cadeiras exceto as de Língua Portuguesa, Educação Física, Educação Musical e Educação Visual e Tecnológica.

Paulo Gonçalves lembrou que nas salas de aula, tal como nas bibliotecas, nas livrarias e em muitos outros sítios, continuarão a coexistir livros com a "antiga" e a "nova" ortografia", que poderão ser utilizados pelos professores e alunos.

Fonte:Lusa/educare.pt

10 agosto 2011

Entrada na Escola

Esta nova etapa é, tanto para as crianças como para os pais, um marco importante, é deste sucesso inicial que pode depender o êxito ou fracasso do seu percurso escolar e educativo.
Todo o confronto com um meio novo, cheio de regras e tarefas é algo que estando a criança preparada e confiante lhe trará muita satisfação. Aos pais e professores compete-lhes o papel de proporcionar à criança as melhores condições à sua adaptação de modo cooperativo, escola/família, para deste modo assegurarem que a criança ultrapasse da melhor forma os seus obstáculos. É fundamental os pais dedicarem atenção, compreensão e orientação à criança, tornando esta nova etapa o mais atractiva e aprazível possível, sem nunca desresponsabilizar a criança pela sua actuação na escola.

Os pais que tão bem conhecem os filhos, são as pessoas que melhor podem ajudar as crianças, juntamente com os professores que estarão em convívio diário com eles. 
Do bom começo na escola pode depender o sucesso da vida escolar da criança.
- converse com o seu filho, explique-lhe de modo agradável porque é que as crianças vão para a escola e o que lá acontece (aprendem coisas novas, brincam, cantam, passeiam, visitam novos locais);
- explique à criança o horário da escola e como será dividido o seu dia, deste modo a criança já sabe aquilo que lhe espera ao longo do dia;
- fale acerca das regras e tarefas e a importância de as cumprir;
- se a criança tiver um brinquedo ao qual dedica especial atenção deixe que o leve para a escola, enquanto não estiver perfeitamente adaptado, este objecto transmitir-lhe-à confiança.
As aprendizagens diversificadas fora da escola - seja a aquisição de hábitos e regras de comportamento seja a aquisição de conhecimentos que desenvolvam o raciocínio, o espírito de cooperação, de relação e de ajuda - contribuem para o sucesso educativo e o sucesso escolar da criança.
- a higiene, o descanso, a alimentação e o estado geral de saúde contribuem para o equilíbrio pessoal e são factores essenciais no desenvolvimento global da criança;
- o tempo de brincadeira facilita o desenvolvimento da imaginação, da cooperação e da partilha. brincar é uma forma muito importante de aprender;
- o diálogo com o adulto, ao fazer perguntas, contar histórias reais ou imaginárias, a criança vai aperfeiçoando e aumentando o seu vocabulário, vai desenvolvendo o espírito critico, o pensamento, a vida afectiva e de relação com as outras pessoas;
- a criança tem prazer em ouvir histórias, em ver e manusear livros e mesmo imaginar o que está escrito. o contacto com estes materiais facilita a aprendizagem da leitura e da escrita e desenvolve o gosto por ler e escrever;
- ao colaborar com os pais em tarefas domésticas, a criança não só desenvolve o espírito de cooperação, como adquire conhecimentos muito importantes para a sua vida escolar;
- é necessário que os pais acreditem nas capacidades dos filhos e lhes transmitam esses sentimentos, desta forma, contribuem para que as crianças sintam confiança em si próprias;
- na família a criança deve encontrar o seu lugar próprio e o lugar de cada um dos outros elementos, ao mesmo tempo que se estreitam os laços afectivos e se desenvolve o espírito de cooperação e de ajuda;
- a criança tem necessidade de ter um espaço seu e de aprender a respeitar o espaço dos outros (no seu quarto deve ter um espaço dedicado ao estudo e outro ao brincar).
Uma boa relação entre a escola e os pais é, muitas vezes, o segredo do êxito escolar da criança, da sua alegria e segurança.
Cada criança é diferente, o momento em que uma aprende uma coisa pode ser diferente do momento em que outra aprende a mesma coisa. esta situação não pode levar a dizer-se que uma é mais inteligente do que a outra, quer apenas dizer que têm ritmos diferentes de aprendizagem.

Os saberes e a experiência dos PAIS, associados ao amor e atenção que dedicam aos FILHOS, são as armas mais valiosas para os ajudar no seu processo de desenvolvimento.


Imagem: saudebeleza.org

30 junho 2011

Crianças em Férias!

As férias representam uma paragem da rotina, das obrigações e das responsabilidades.
Mas chegado o tempo de férias, o que fazer para ocupar o tempo dos filhos? E como fazer quando ainda estamos a trabalhar? E o que fazer se este ano se decidiu ficar em casa e não ir de viagem?

 Dicas:

- Em casa ou não, o que importa é que as férias do seu filho sejam especiais para ele. Essa é também, para os pais, uma época boa para ficar mais perto dos filhos, descobrirem novas maneiras de se divertirem juntos e que o dia-a-dia muitas vezes não permite;

- Nem sempre se pode contar com a ajuda da avó ou da tia, nas alturas em que as crianças já estão de férias mas os pais ainda estão a trabalhar. Nestas situações, o ideal é procurar actividades fora de casa, como as colónias de férias, os centros de tempos livres (ATL), as idas à praia pela escola ou pela junta de freguesia. É tudo uma questão de ver as possibilidades existentes na zona de residência;

- Se este ano decidiu ficar por casa e não ir de viagem para qualquer local do país ou do estrangeiro, há muita coisa que pode fazer para entreter os seus filhos. Há muitos jogos que podem ser feitos, desenhos, brinquedos. Não se esqueça de os levar ao cinema, teatro e a museus (programas culturais). Passeios de bicicleta e idas à praia e à piscina também são óptimas ideias;

- Desafie os seus filhos a prepararem um bolo juntos. E porque não fazerem um piquenique em família? E que tal organizar um lanchinho com os amigos dos seus filhos? Convide alguns pais que a possam ajudar e pensem em várias actividades para os entreterem (jogos de mesa, karaoke);

- Escolha um dia para limparem e lavarem os brinquedos. Escolham os que eles já não utilizam, mas que ainda estão em bom estado e vão juntos entregá-los a uma instituição de crianças;

- Leve-os a uma livraria com espaço dedicado às crianças e passem por lá algum tempo. Não se esqueça de como é importante incutir bons hábitos de leitura nos mais pequenos. Há também locais com contadores de histórias. Informe-se onde e em que dias e leve-os até lá.

O fundamental é que dedique tempo aos seus filhos, que faça das férias deles um tempo fantástico e proveitoso, cheio de diversão e alegria, será benéfico para o bem estar de toda a família.


fonte: http://www.ruadireita.com