22 fevereiro 2011

Comunicação Emocional

É certamente para todos nós importante comunicar de modo eficaz e passar da melhor maneira a mensagem pretendida sem alienar o destinatário e sem violência, uma comunicação que inspire respeito e retribua um efeito positivo e construtivo.
Consequentemente, não existe melhor forma de resolver desavenças senão de modo inteligente, e sem dúvida a violência não é um deles. A gestão dos conflitos torna-se indispensável independentemente do meio (escolas, empresas).
O primeiro passo é ser o mais objectivo possível, pois quanto mais objectivo se é, mais aquilo que se está a transmitir é entendido como uma tentativa de comunicação e não como um ataque ou crítica.  O ponto crucial da comunicação emocional está no segundo passo, ou seja, evitar fazer qualquer juízo acerca do outro e concentrar-se naquilo que se sente, ao falar daquilo que se sente não há quem possa discutir, aquilo que se sente pertence a cada um de nós e não deve ser posto em causa por ninguém, deste modo o esforço consiste  em descrever ou expor a situação começando as frases com "eu" em vez de "tu", refere-se a si e àquilo que o afectou, sem ter necessariamente de atacar o outro, sendo verdadeiro e aberto em relação à sua posição acerca da situação em causa.
Existem três modos para lidar com situações desagradáveis ou de conflito, PASSIVIDADE, AGRESSIVIDADE ou ASSERTIVIDADE. A última sem dúvida é a escolha melhor, mas nem sempre a possível, existem circunstâncias em que realmente a passividade e agressividade são a opção, pois as situações podem nem merecer tempo de atenção ou serem urgentes e de perigo onde a agressividade é automática. De qualquer modo é só a nós que compete a escolha, sendo a nós que compete aceitar ou não o desafio emocional.
O resumo de uma abordagem assertiva  e não violenta, que dá hipótese de se obter  aquilo que se deseja é dirigida pelas seguintes siglas "O.L.A.-C.E.E.".
- Origem, devemos nos dirigir sempre à pessoa em causa, aquela  que constitui a origem do problema e contém o necessário para o resolver;
- Lugar, devemos escolher o momento e local mais adequado, de maneira a que se possa falar calmamente e com disponibilidade;
- Abordagem Amigável, começar por focar a atenção da pessoa e neste sentido nada melhor do que começar a abordagem pelo nome da pessoa em causa;
- Comportamento Objectivo, focar-se no comportamento que motivou e originou a situação sem fazer qualquer juízo de valor;
- Emoção, após a descrição dos factos deve-se expor a emoção sentida, é muito mais forte e eficaz falar de si próprio do que transpor aquilo que pensa do outro;
- Esperança desiludida, é importante referenciar aquilo que era esperado e não foi satisfeito, deste modo é mostrar o seu descontentamento.

Tudo isto pode parecer ilusório, ou demasiado difícil de pôr em prática quando na realidade existem poucos modelos à nossa volta nos quais nos possamos inspirar, mas não é impossível e certamente é eficaz.  O esforço para uma comunicação assertiva é compreender o que se passa na cabeça e coração das pessoas que estão em conflito e deste modo substituir a violência por compreensão e objectividade.

Baseado em David Servan-Schreiber

14 fevereiro 2011

Mundo virtual COM limites!

Muito se discute sobre os eventuais benefícios ou malefícios acerca do uso da Internet por parte das crianças e adolescentes. Na verdade a Internet não é um bicho-papão, é um local onde as crianças/adolescentes encontram uma vasta oportunidade educacional e de lazer, mas os pais precisam estar atentos e ter a noção que tal como na vida real o mundo virtual é uma caixinha cheia de perigos. As crianças não têm a capacidade, nem o discernimento para julgar de modo suficiente o que é bom daquilo que é mau e, neste sentido, acabam por ser facilmente enganadas ou manipuladas por informações e pessoas falsas. Deste modo o ideal é que pais/educadores estejam sempre por perto a acompanhar o uso dos computadores por parte das crianças, ensinando regras de segurança, tais como, não fornecer dados ou informações pessoais e alertando para os chamarem sempre que aparecer algo diferente. O tempo despendido também deve ser controlado e devem dialogar abertamente de modo a que a criança exponha as suas dúvidas.

Dicas indispensáveis:
- Mantenha o computador num local de uso comum em casa;
- Incentive a criança a compartilhar consigo as suas experiências na Internet;
- Usem por vezes a Internet em conjunto, assim poderá ensinar-lhe como confiar e dividir consigo aquilo que o pode deixar nervoso;
- Insista para que nunca dê informações pessoais (nomes, moradas, brincadeiras);
- Controle o tempo, até aos 10 anos nunca deve ultrapassar 1h;
- Filtre todo o conteúdo que achar poder ser ofensivo.

Hoje em dia, com a crescente criação de redes sociais (Facebook, Hi5, etc) e jogos sociais, a Internet  é cada vez mais atractiva para as crianças e cada vez mais cedo percebe-se o interesse e fascínio destas por este mundo virtual. Consequentemente a orientação dos pais torna-se fundamental e cabe a eles a responsabilidade e o dever moral de estarem próximos, disciplinarem e estabelecerem limites demonstrando as suas razões e preocupações para com a grande potencialidade que é a Internet.


08 fevereiro 2011

Negligência Parental

Ser pai. Ter filhos. As crianças são única e exclusivamente da responsabilidade do adulto, necessitam deles para viver. Mas, quando tudo isto deixa de ser importante, quando tudo isto é um poço de raiva e frustração. Quem sofre? Quem é penalizado?

Todas as crianças têm o direito de serem cuidadas e de lhes serem facultadas as condições mínimas para um desenvolvimento saudável, quer físico, quer emocional. Quando o adulto não garante à criança a satisfação das suas necessidades básicas, não está a fazer aquilo a que a criança tem direito, mas sim a privá-la de algo essencial.
Os bons-tratos significam que o adulto está a cumprir com o seu papel enquanto cuidador, proporcionando deste modo todas as condições necessárias para a satisfação da criança. Quando não o faz, não está a tratá-la bem, ou seja, estamos em presença de maus-tratos.
Neste sentido, os maus tratos assumem a forma de negligência. Por negligência entendem-se actos de exclusão por parte dos adultos responsáveis pela criança em satisfazer as suas necessidades básicas . Deixam de prestar cuidados, tais como, alimentação, higiene e  educação. Utilizam na maioria das vezes violência física e psicológica, não lhes dão a devida supervisão, orientação, amor e carinho, causando-lhes sofrimento e não permitindo que elas concretizem e desenvolvam o seu potencial.
Geralmente a maioria das crianças submetidas a negligência tendem a não estabelecer vinculação com os cuidadores que concebem as situações de negligência, por este motivo, o distanciamento criado na relação com os cuidadores nos primeiros anos de vida transcende às relações que surgirão futuramente.
As consequências da falta de atenção e sentimentos de rejeição vividos por estas crianças negligenciadas, raramente lhes permitem estabelecer relações saudáveis e de confiança com os outros. Geram uma dificuldade extrema em lidar socialmente e formam uma espécie de capa em torno de si próprias, preferindo ficar distantes das pessoas a sofrerem, usam esta técnica como mecanismo de defesa. Tornam-se adultos com baixa auto-estima e consequentemente com défices emocionais, que não sendo trabalhados podem ser fruto de traumas e depressões.

Alerta para a negligência emocional, sendo esta tão devastadora como a física.

04 fevereiro 2011

Auto-estima nas crianças

A importância de cultivar e fomentar a auto-estima nas crianças é fundamental, para que deste modo sejam felizes consigo próprias e capazes de diariamente ultrapassar obstáculos sozinhas.
O que uma criança pensa de si própria depende, em grande parte, daquilo que as pessoas pensam dela.
Ensinar à criança que há coisas que se sabe fazer bem, e outras que se pode ter mais dificuldades, é essencial. É  normal que se depare com situações de frustração, mas é importante que tenha a noção que apesar de esperarmos sempre o seu melhor todos nós erramos e falhamos, a criança necessita de saber que nada é infalível e que ninguém é perfeito.
É importante elogiar e incentivar quando procuram fazer alguma coisa, fazendo-as perceber que tem direito de se sentirem  “importantes”, que “podem aprender”, que “conseguem” e que os adultos tem respeito por elas, ficando felizes com as suas conquistas.
Deste modo, deve-se procurar estabelecer metas realistas e adequadas à idade de cada criança. Dar oportunidade de se desenvolverem sem uma super protecção ou sem pressão. É importante que a criança viva longe de pressões. 
Devemos sempre evitar dar  rótulos às crianças, essencialmente porque são muito difíceis de retirar. A criança desde que começa a entender as coisas, começa também a identificar-se com certos apelidos ou rótulos que lhe são designados, procurando em si características que justifiquem, como burro, preguiçoso, etc., neste sentido, irá crescer acreditando que é assim.

É importante que…

- Quando a criança fala consigo escute-a, ela percebe quando não a escutamos.
- Deixe-a expressar sentimentos, mesmo que sejam negativos. Evite o discurso: “Não se chora”, “Isso não é nada”, “Tem coragem”. Deixe-a falar.
- Deixe que ela tome as suas decisões, desde que adequadas.
- Trate-a sempre com respeito. Respeite o seu espaço, diga se faz favor e obrigado.
- Dê mais valor ao esforço que faz do que ao resultado que obtém.
- Procure empatia com as crianças. Quanto melhor as entendermos, melhor lidamos com elas.
-Valorize a sua opinião em temas diários, como onde ir passear, que actividade realizar, etc. Tal faz a criança sentir-se importante, auto-valorizar-se e respeitar-se a si própria.

Nunca se esqueça do impacto que tem na construção da personalidade de uma criança.