Ser pai. Ter filhos. As crianças são única e exclusivamente da responsabilidade do adulto, necessitam deles para viver. Mas, quando tudo isto deixa de ser importante, quando tudo isto é um poço de raiva e frustração. Quem sofre? Quem é penalizado?
Todas as crianças têm o direito de serem cuidadas e de lhes serem facultadas as condições mínimas para um desenvolvimento saudável, quer físico, quer emocional. Quando o adulto não garante à criança a satisfação das suas necessidades básicas, não está a fazer aquilo a que a criança tem direito, mas sim a privá-la de algo essencial.
Os bons-tratos significam que o adulto está a cumprir com o seu papel enquanto cuidador, proporcionando deste modo todas as condições necessárias para a satisfação da criança. Quando não o faz, não está a tratá-la bem, ou seja, estamos em presença de maus-tratos.
Neste sentido, os maus tratos assumem a forma de negligência. Por negligência entendem-se actos de exclusão por parte dos adultos responsáveis pela criança em satisfazer as suas necessidades básicas . Deixam de prestar cuidados, tais como, alimentação, higiene e educação. Utilizam na maioria das vezes violência física e psicológica, não lhes dão a devida supervisão, orientação, amor e carinho, causando-lhes sofrimento e não permitindo que elas concretizem e desenvolvam o seu potencial.
Geralmente a maioria das crianças submetidas a negligência tendem a não estabelecer vinculação com os cuidadores que concebem as situações de negligência, por este motivo, o distanciamento criado na relação com os cuidadores nos primeiros anos de vida transcende às relações que surgirão futuramente.
Geralmente a maioria das crianças submetidas a negligência tendem a não estabelecer vinculação com os cuidadores que concebem as situações de negligência, por este motivo, o distanciamento criado na relação com os cuidadores nos primeiros anos de vida transcende às relações que surgirão futuramente.
As consequências da falta de atenção e sentimentos de rejeição vividos por estas crianças negligenciadas, raramente lhes permitem estabelecer relações saudáveis e de confiança com os outros. Geram uma dificuldade extrema em lidar socialmente e formam uma espécie de capa em torno de si próprias, preferindo ficar distantes das pessoas a sofrerem, usam esta técnica como mecanismo de defesa. Tornam-se adultos com baixa auto-estima e consequentemente com défices emocionais, que não sendo trabalhados podem ser fruto de traumas e depressões.
Alerta para a negligência emocional, sendo esta tão devastadora como a física.
Sem comentários:
Enviar um comentário